domingo, julho 22, 2007

As minhas Sofias

Visita à Sofia Ribatejana


Hoje não foi um dia muito agradável para mim. Acordei com uma dor de cabeça enorme, que me indispôs completamente. Só agora e já bem tarde é que a dor está a desaparecer.
Por isso mal saí, apenas para tomar café, e sabe Deus como fui.
Eu penso imenso nos amigos que estão longe, ou perto mas os quais já não vejo há uns tempos, por diversas razões. E lembrei-me de duas amigas, que para mim são irmãs, e que o "destino" nos fez afastar geograficamente.
Uma delas é a Maria do Carmo. Transmontana, médica, mulher de muita garra. Conheci a Mary, quando se casou com um amigo meu. Viviam no prédio em frente ao meu, e como a Mary tinha a família em Trás-os-Montes , acabei por ser o braço direito dela quando teve a Sofia. Logo a nossa amizade cresceu e éramos como irmãs. Já casou tarde e o estar longe da família não lhe dava muita segurança no papel de mãe. Por isso recorria sempre a mim para a apoiar e aconselhar. A Sofia para mim foi como se fosse minha filha. Dei-lhe o primeiro banho, e acompanhava diariamente a sua vida. A médica neste caso era eu, pois a minha experiência como mãe dava segurança à Mary, que sempre que estava aflita me chamava. Infelizmente o marido e meu amigo, ficou muito doente, com esclerose múltipla e tornou-se muito complicado para a Mary viver no stress que vivia. Então decidiram ir viver para Trás-os-Montes, onde a vida era menos agitada e tinham a família como grande apoio. E assim foi, um dia partiram com muita tristeza parte a parte por nos afastarmos. Não cheguei a ver a Sofia completar 1 aninho, no Porto, claro que fui à festinha dela a Carrazedo de Montenegro. Mas não era a mesma coisa que as ter ao meu lado. Uns anos mais tarde o meu amigo, pai da Sofia faleceu, com 38 anos.
Agora vamo-nos vendo de quando em quando, sei sempre delas, a Sofia faz 18 anos em Novembro. Por ironia do destino tenho uma cliente no banco que está muitas vezes com a Mary em congressos de medicina e é portadora dos nossos beijinhos.

A Tininha, tiriri, como lhe chamamos, uma ribatejana, mas mais parisiense, pois viveu a maior parte da sua vida em Paris. Foi amizade à primeira vista.
É mais uma irmã, além de ter sido minha cunhada. Desde que nos conhecemos, que fomos cúmplices, falávamos de tudo, apoiavamo-nos, éramos inseparáveis quando estávamos juntas.
Um dia a Tiriri disse-me que tinha um namorado, fiquei muito feliz por ela, e mais tarde aconteceu a grande novidade, estava grávida. Que feliz fiquei. Fui acompanhando a gravidez, sempre que me era possível, pois a Tiriri mora em Santarém. Mas mais uma vez o "destino" afastou-me dela. Pois separei-me do irmão e como tal as coisas passaram a ser diferentes. Dantes ia quase todos os fins de semana para a beira dela, depois isso terminou.
E um belo dia nasceu a Sofia. Claro que fui logo vê-la no dia em que nasceu, pois era fim de semana e pude ir. A Sofia já vai fazer 2 anos em Outubro e depois do nascimento só a conheço por fotografia, que recebo com assiduidade da Tiriri. Este verão tenho de ir visitá-las, pois as saudades são muitas.
Não é irónico "perder" quatro pessoas que tanto gosto? E duas Sofias? Sabem como se chamaria a minha filha se eu tivesse sido mãe de uma menina? Sofia, mas também ela não fez parte da minha vida, por muito que eu a desejasse.


2 comentários:

toni disse...

As pessoas às vezes afastam-se, pelos mais diversos motivos. Por isso, em portugês, temos aquela palavra única, que é "saudade".
beijo
Toni

Anónimo disse...

Renovação ... ciclo natural da vida!

Vc é bonitona, heim????

Boa semana, querida!

Beijinhosssss