sábado, janeiro 31, 2009

Há pessoas a quem a vida não esboça sequer um sorriso.

Tive uma semana nada fácil em termos de descanso, e claro que o sábado é sempre benvindo pois posso acordar por mim mesma, sem despertadores e sem o stresse de ter me despachar.

Eram cerca de 10 da manhã quando acordei. O meu marido já estava acordado, mas esperava que eu desse sinal de já "estar no ar"para me preparar o pequeno almoço.
Depois de algumas peripécias lá fomos nós tomar o nosso cafezinho e visitar a feira, como é habitual aos sábados. No regresso fomos novamente ao café e eu no entretanto vim a casa para levar a Pequi a fazer as necessidades, enquanto que o Rogério ficou na cavaqueira com amigos nossos.
No regresso do passeio com a Pequi já na urbanização onde moro, estavam 3 senhoras que se encantaram com a doçura da Pequi. Uma delas fiquei na duvida se era a pessoa que eu sempre conheci, vizinha há 25 anos e da mesma idade que eu.
Estava de gorro e pela falta de sobrancelhas constatei que estava a fazer tratamentos contra o cancro.
Tive a certeza que era a Lurdes, porque ao falarmos de cães, ela mencionou que já tinha um cão, de quem eu perguntei o nome. E ao coincidir o nome do cão com a dona que eu conheço tão bem, deixei de ter dúvidas de que a pessoa que estava na minha presença era a quem eu esperava não fosse.
Mas era...
E triste historia ouvi. Pois infelizmente teve um cancro na mama e teve de a amputar.
E fico louca quando penso que tanta publicidade é feita neste sentido e tanta negligência ainda existe.
Esta minha vizinha, é uma pessoa que cuida da sua saúde, de 6 em seis meses faz eco mamografia e mamografia, e mesmo assim a amputação aconteceu.
Tudo começou pelos vistos há 5 anos atrás e até à data em que descobriram que tinha cancro nada lhe disseram. Ela bem que se queixava de um papinho que sentia quando fazia a palpação pós-menstrual, mas os médicos não relevavam o facto. Só que por detrás desse papinho minúsculo escondia-se um grande mal, que estava a criar metastases e a transformar-se num dos cancros mais difíceis de combater.
Esta mesma amiga passou uma fase terrível o ano passado quando se detectou que o marido que até então era uma pessoa cheia de saúde estava com um cancro no pâncreas que o deixou durar somente 3 meses desde a descoberta factidica.
Ficou viúva e com dois filhos menores á sua guarda, e agora vê-se nesta situação.
Está uma semana fora, em Coimbra, pois no IPO os tratamentos de quimio e radio estão em lista de espera para quem vem de fora, no caso dela que foi operada em Coimbra. Vem ao fim de semana para junto dos filhos.
No entretanto mais um desgosto sofreu, a mãe que era o esteio dela e que sofria imenso com a situação da filha, faleceu subitamente, deixando-a sem esse colo amigo que nós tanto precisamos.
E ali fiquei eu a ouvi-la, com uma tristeza enorme de minha parte pelo que essa amiga está a passar e ao mesmo tempo a reparar na força que ela ainda tem apesar de tanta adversidade.
Que Deus a ampare e lhe restitua a saúde.
E dou graças a Deus pela felicidade que me dá. Sejamos gratos pois há pessoas a quem a vida não esboça sequer um sorriso.

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Um "canil" em casa










Numa das nossas idas à Nazaré, vi no local onde nos encontramos com os nossos amigos, uma cadelinha que tinha sido abandonada e por caridade ficou num caixotes, aproximou-se com muito medo para que eu lhe fizesse uma festinha. Como adoro animais claro que fiz e ofereci-lhe uma bolacha que estava a comer.
Soube mais tarde que a bicha estava à espera de cachorrinhos.
Há 15 dias lá estive eu outra vez na Nazaré, um frio enorme e lá estava a pobre cadelinha com 5 filhotes nascidos há 2 dias. Não aguentei o que vi e o que imaginei iria acontecer se lá ficassem desprotegidos. Falei com o Rogério e resolvemos traze-los para casa até que chegasse a altura certa de os dar. E cá estão os 6 em casa, felizes da vida, bem quentinhos e alimentados.
Agora sei que vou ficar com enorme pena quando partirem e só espero que cuidem deles com nós até aqui cuidamos.