Pressa de chegar
Preciso de chegar ao meu cantinho, ao meu castelo, onde me encontro, onde penso no dia que passei, onde ouço o miado do meu gato assim que me pressente á porta e vem de seguida ronronar de encontro às minha pernas à espera de uma meiguice.
Há dias em que por muito preenchidos que sejam, por muitas emoções que nos assolem, sentimo-nos sós.
Não é solitários, mas sós com nós mesmos, como se todos ficassem feitos estátuas retidos no tempo e só nós seguíssemos o ritmo natural do tempo, da vida.
Não são fáceis esses dias, porque a nossa mente é um filme tipo non-stop, que se desenrola vertiginosamente e do qual sabemos o enredo, mas nunca o fim.
Resta-nos fazer com que o mundo não seja aparentemente só nosso, com que tudo ganhe de novo vida e movimento à nossa volta, pois acabamos por nos sentir perdidos, isolados e desprovidos de quem nos quer bem