domingo, junho 17, 2007

Dois Pintainhos



Tinha chegado o dia do convívio em Lamego.
Da minha equipa, éramos quatro, mas acabamos por ficar 3, pois o chefe estava com uma gripe terrível, e claro não ia sair de casa nessas condições. A Paula, que mora na Régua, foi directa de casa para Lamego.
Então ficamos os dois Taurinos ( A Mia e o Zé) de nos encontrarmos as 10 horas no café do continente.
Estava um dia frio e chuvoso, mas aquela chuva que se diz de "molha tolos". Como sou previdente e com receio de me cansar dos tacões das botas, resolvi colocar uns sapatos, como eu costumo dizer, térreos (sem salto) na carteira.
Calças de ganga, T-shirt, um pullover fino por cima e ainda uma gabardina de verão, paravento, chapéu impermeável e lá fui eu ao encontro do Zé.
Sai de casa mas ainda fui ao meu cafezinho. Liguei ao Zé pois já eram quase 10 horas e como ia a pé até ao continente, achei por bem avisá-lo. Bom estava ele a sair também de casa, o que me relaxou, pois mora na areosa e eu tinha mais que tempo.Ainda passei pela FISH, pois fica no caminho. E lá segui para o local de encontro a pensar que o Zé já estaria à minha espera. Mas nada de Zé. Telefonema pra cá, telefonema pra lá e lá apareceu o Zé já passava das 10,30h.
Ainda estávamos muito a tempo para chegar as 12,30h. E lá fomos sempre no paleio. Levávamos um croqui do percurso. Chegamos a Vila Real e o Zé recebeu um telefonema de um amigo. Continuamos e quando demos conta íamos a caminho de Mirandela. Tínhamos perdido a passagem para Viseu. Marcha-atrás e lá fomos nós sem mais incidentes até à Quinta.
Entramos no portão que anunciava a Quinta do Visconde da Várzea e esperávamos ver já toda a gente, mas que quê, anda que anda e chegamos a um novo portão. Andamos mais um pouco já se viam carros e até estavam parados, o que nos fez pensar estar perto da casa. Estacionamos e seguimos a pé. Mais à frente reparamos que uma camioneta de passageiros estava a bloquear o trânsito. Ainda faltava imenso para chegar ao destino, mas lá fomos e chegamos a tempo da foto colectiva.Nessa altura ainda não chovia, o que fez com que o Zé não levasse o enorme guarda-chuva que tem no carro.

Lá fomos almoçar e a chuva jamais nos deixou, e como se fazia presente. Almoço passado e toca a preparar um dos locais para a dança. Notavam-se já algumas desistências, devido ao tempo e também à distância que ainda tinham que percorrer, pois todas as Sucursais do Norte de Portugal estavam lá representadas.
De repente olhamos um para o outro e pensamos, vamos embora? E assim o fizemos. Com chuva intensa e pensava eu protegida pela gabardina e pelo chapéu e o Zé por um impermeável, lá fizemos o caminho até ao carro. Mas nada nos protegeu da imensa chuva que caía. Depois de andar um bom quarto de hora a pé e á chuva, estávamos mesmo completamente perdidos do local do carro. Voltamos para trás e o que vale é o nosso espírito brincalhão de gozar com as situações, pois eu e o Zé somos muito parecidos na forma de ser. Só eu para o entender e só ele para me entender. Então lá voltamos nós ao ponto de partida, cada vez mais encharcados, mas sempre a fazer brincadeira, parecíamos dois putos. Por fim lá avistamos a bifurcação onde nos perdemos e vimos a camioneta ainda no mesmo local. Quando chegamos ao carro suspiramos de alívio. Mas o problema era as roupas encharcadas, mais as minhas porque apesar de tudo o impermeável que o Zé usava protegeu-o mais que a minha gabardina sem impermeabilização.
Benditos sapatos que eu tinha levado, pelo menos os pés ficaram livres das botas completamente molhadas. Mas e o mau estar que era encostar as costas ao estofo? Disse ao Zé, tens de me levar a um sítio onde eu possa comprar pelo menos um fato de treino, pois vou apanhar um resfriado enorme. E lá fomos nós, naquela terra de ninguém, ao Lidl. Só que não havia fatos de treino. Imaginem-me a chover a cântaros e eu vestida com um vestido de praia e pelos ombros uma saída de praia, que foi o que consegui encontrar.
Deixei de ter frio e de me sentir incomoda com as roupas molhadas, mas mesmo assim estava desconfortável. Só a paciência do Zé para me aturar. Lá me levou ele a Amarante ao centro da cidade, onde comprei nova roupa. Aí sim fiquei perfeita. Tive pena do Zé pois ainda estava todo molhado e eu já toda confortável. E assim seguimos viagem até ao Porto. O Zé deixou-me em casa e foi ter com a família dele, a Paula e o João.
Nunca mais me vou esquecer deste dia, pois contado não tem o impacto daquilo que eu vivi.
Diverti-me imenso como já não me acontecia há muito tempo. E uma coisa é certa na adversidade temos de fazer ressaltar o lado hilariante da questão, pois só dessa forma superamos os maus momentos, tornando-os bons.
Agradeço ao Zé ter a forma de ser que tem, pois não é fácil transformar momentos nada agradáveis em momentos hilariantes, se ambos não tivermos o mesmo espírito.


4 comentários:

o alquimista disse...

Nasceu a luz sobre as cidades, agita-se a ilha no encontro com o dia, acorda a emoção, a suave brisa, amanhece o sonho que a vontade guia. A lonjura é a distância da viagem, a idade não cobre os rochedos, passam ventos de encantamento descobrindo mil e um segredos...


Boa semana


Doce beijo

jorgeferrorosa disse...

Acontece sempre algo interessante. Muito bem...

Anónimo disse...

Que bonita na foto, menina!
Beijinhosssss

António Santos disse...

Pois é minha querida, quem anda à chuva molha-se!
Ainda bem quem tens um colega assim bem disposto como tu.
No final divertiste-te e correu tudo que é o que conta.
Beijo
Toni