domingo, junho 10, 2007

Astrólogo burla em 60 mil euros cliente com quem prometeu casar


Fui ler o Jornal até ao cafezito onde paro.
E apesar de ser uma noticia de "faca e alguidar" não deixa de ter algo de profundo, a solidão e o oportunismo.
A noticia é sobre uma mulher de 43, solteira.
Apesar de doméstica, era bastante endinheirada, com um "pé-de-meia" de milhares de contos. Tinha, no entanto, curiosidade em saber como seriam as suas finanças no futuro. Um dia, através de um colega num curso de informática, passou a frequentar consultas num "astrólogo financeiro".
Apaixonou-se, mas em vez de achar o príncipe encantado encontrou um homem que a burlou em 60 mil euros e a enxovalhou publicamente, divulgando fotografias de actos sexuais.
O astrólogo começou por enganar a cliente ao dizer-lhe que, nas cartas, via que "as vidas de ambos estavam unidas".
Apesar de casado, passou a convidá-la a sair, fazia-lhe confidências sobre a vida privada e daí à promessa de casamento foi um passo.Começou por pedir a Ana mil contos (cinco mil euros). A quantia seria, supostamente, para acelerar o processo de divórcio e apressar o casório de ambos. Apresentando-se o indivíduo aparentemente "sério, culto e carinhoso", a mulher passou-lhe mesmo para as mãos mil contos, depois mais mil e, por fim, mais dez mil contos (50 mil euros). Todo o dinheiro destinar-se-ia a pagar dívidas e a cancelar um empréstimo sobre a casa com que vivia com a ainda esposa.
A vítima emprestou, até porque o casamento estava já marcado e o "astrólogo" lhe garantia o empréstimo através de uma hipoteca sobre o apartamento.
Só que chegou o dia em que o "noivo" lhe pediu mais oito mil contos (40 mil euros).
Antes disso, porém, o futuro "marido" guardara um trunfo na manga. Numa saída de carro, colocou no lugar do auto-rádio uma câmara oculta. Depois, conduziu o encontro de forma a que a "noiva" lhe fizesse sexo oral.
As imagens ficaram nítidas e era possível reconhecer a identidade da mulher.
Foi já na posse destas imagens que insistiu no pedido de mais oito mil contos. A namorada respondeu-lhe que mais dinheiro não tinha e disse-lhe, até, que estava a necessitar do que lhe tinha entregue. Um dia depois, o astrólogo pediu à noiva para com ele se encontrar. Deu-lhe um envelope que a vítima só abriu em casa. Surpresa total em vez de dinheiro, eram as fotos do acto de sexo oral. Tentou o contacto, mas não conseguiu. Só passados dois dias é que voltam a falar. É o momento em que o noivo lhe faz a derradeira chantagem: "As fotografias são para o caso de me acontecer alguma coisa. Arranja-me mais oito mil contos". Se não lhe arranjasse o dinheiro, as imagens seriam espalhadas por Sintra. Foi o que veio a acontecer. Os vizinhos reconheceram-na, por fotos nas caixas de correio e espalhadas na rua. Cheia de vergonha, só lhe restou denunciar o caso à Polícia.
Custa muito a acreditar que ainda hoje em dia as mulheres caiam no conto do vigário. Será que a solidão a falta de afecto nos tira a razão? Mais uma mulher que ficou marcada para a vida, para a dádiva. É mesmo um mundo cão.
Vivemos uma vida, com um principio e um fim. A razão de existirmos, quem a sabe? Nada mais fazemos do que sentir o tempo a passar, enquanto vamos tentando viver da melhor forma que podemos esta passagem como seres humanos. No final somos todos cinza e pó. Ricos, pobres, bons ou maus, todos temos o mesmo fim.

6 comentários:

José Faria disse...

Ó Mia, Boas!
Boas para ti porque para a tal mulher foram más. Ohomem foi vigário, mas ela também sabia que ele era casado e pouco se importou com a sua vida familiar, nomeadamente com a sua mulher.
Só pensou nela e a mulher do vigário que se lixe. Ele foi gatuno, mas ela também estava a sê-lo.
Não vejo grande diferença entre ambos.
Beijos

Mia disse...

Olá Zé.
Concordo com o que dizes. Nunca se deve cobiçar o bem alheio. Mas tudo depende de como o vigário contou a historia à vigária. Quantos casais, hoje casados e felizes, não resultaram de destruição de casamentos? Não penses que concordo, aliás quem me conhece bem sabe a minha opinião acerca do assunto. Se algo está mal, deve-se resolver primeiro e só depois se deve procurar voltar a ser feliz.
Neste caso não defendo a mulher, defendo o ser humano que é constantemente enganado, sabe-se lá a troco de quê.
Beijoka
Mia

toni disse...

Mia:
O homem de maneira alguma foi correcto.
Mas a senhora devia ser,muito burra....ou será que é mesmo burra?
60 mil euros, nas maõs de um astrólogo?Não estamos a falar de 60 ou 600 euros mas sim de 60 mil....
Por amor de deus,as pesssoas ainda dormem nos dias de hoje?
A sério, que não compreendo esta gente....

Bj
Toni

Mia disse...

Toni.
Não se tratava de 60 mil nas mãos de um astrologo, mas de um homem, que podia ter qualquer profissão. Continuo a dizer que não defendo a atitude da mulher em aceitar o amor de um homem casado. mas a partir daí os sentimentos aque ela devotou ao homem deixou-a cega.
Infelizmente conheço um caso inverso, um homem de quase 70 anos, que ia ficando sem a "fortuna" dele só porque precisava de uma companhia, pois chorava de tão só que se sentia. Fui uma das pessoas que ajudei a que ele parasse de passar cheques e cheques de valores avultados, a mulheres oportunistas.
Quando a cabeça não tem juízo .. enfim.
Beijo
Mia

Américo Ribeiro disse...

Olá
Á muito tipo de miséria humana, uma delas é a dependência, seja ela qual for, aqui trata-se da "escravidão/dependência" imposta pelo coração, que não atende a conceitos racionais, quando o coração manda a cabeça obedece, é triste haver quem se aproveite disso para explorar, mas como a Romi disse, o caso inverso também é um facto, mas pelo contrário, a solidão também leva a ter-se comportamentos estranhos para quem de fora do assunto olha, não se pode generalizar os comportamentos, e mesmo em pessoas ditas normais, o que quer que isso seja, o pagar para ter "companhia", e só me estou a referir a este caso,(70 anos) até podia ser justificado, a questão é separar os interesseiros/as, espero não vir a estar nessa situação, embora me sinta um pouco pessimista, as coisas não teem corrido lá muito bem ultimamente, tomando as devidas cautelas poderia concordar com a situação. (e tivesse dinheiro para o fazer)
No geral, sim é reprovável ambas as atitudes.
xau

' Claudjinha disse...

Esta história é mesmo muito má... :O
Ela foi muito burra,cega de entendimento,talvez tenha sido também egoísta quanto a não dar importância ao casamento do seu apaixonado,mas há que ter em conta o que ela sentia,estava apaixonada e isso explica tudo; além do mais, nem se compara o que ela fez com o que ele fez... por isso, José Faria, há uma grande distância entre os dois. Muito grande mesmo.

Bj Mia*