sábado, maio 05, 2007

O menino Nicolau


Já faz longo tempo que conheci o menino Nicolau. Foi Goscinny quem escreveu, mas o verdadeiro pai foi o Sr. Sempé.
Foi durante pouco tempo meu companheiro de viagem, pois lê-lo foi num apice. Quem o conhece sabe bem que este livro é tao hilariante que nunca se quer parar até lhe ver o fim. E ao longo do tempo vamos relendo, e achando sempre graça ao menino Nicolau.
Pois voltei a encontrar o menino Nicolau quando limpava uma da estantes onde guardo os livros e claro que o retirei para voltar a ler. As folhas já estão soltas de tanto o usar.
Esperando não ser "aborrecida" vou apresentar-vos o menino Nicolau, com o 1º capítulo do livro.

Chama-se Uma recordação para toda a vida.

"Esta manhã, chegamos todos à escola muito contentes, porque vão tirar uma fotografia da turma que será para nós uma recordação para ficar para toda a vida, como nos disse a professora. Também nos disse para virmos bem limpos e bem penteados.
Foi com a cabeça cheia de brilhantina que entrei no pátio do recreio. Já lá estavam todos os colegas e a professora a ralahar com o Godofredo que vinha vestido de marciano. O Godofredo tem um papá muito rico que lhe compra todos os brinquedos que ele quer. O Godofredo dizia à professora que queria mesmo ser fotografado à marciano e que de contrário ia embora.
O fotografo também lá estava com a sua máquina, e a professora disse-lhe que tinha de se despachar, se não íamos faltar à aula de aritmética. O Aniano, que é o melhor aluno da aula e o menino-bonito da professora disse que seria uma pena não termos aritmética, porque gostava disso e tinha feito bem todos os problemas.
O Eudes, um colega que é muito forte, queria dar um murro no nariz do Ariano, mas o Ariano tem óculos e não se lhe pode bater quanto se gostaria.
A professora pôs-se a gritar que éramos insuportáveis e que se aquilo continuasse não haveria fotografia e iriamos para a aula. O fotógrafo, então disse: Vamos lá, calma, calma. Eu sei como é que se deve falar com as crianças, vai tudo correr bem.
O fotógrafo decidiu que tinhamos de nos pôr em três filas; a primeira fila sentada no chão, a segunda, em pé à volta da professora que estaria sentada numa cadeira e a terceira, em pé em cima de caixas.
Tem de facto boas ideias o fotógrafo.
As caixas, fomos procurá-las na cave da escola. Divertimo-nos muito, porque não havia muita luz na cave e o Rufus tinha enfiado um saco velho na cabeça e gritava: HU! Sou o fantasma....E depois, vimos chegar a professora. Não estava com um ar contente, por isso fomo-nos embora depressa com as caixas. O único que ficou foi o Rufus. Com o saco, não via o que se passava e continuou a gritar Hu! Sou o fantasma, e foi a professora que lhe tirou o saco. O Rufus ficou bestialmente espantado.
De volta ao pátio, a professora largou a orelha do Rufus e bateu com a mão na testa. Mas vocês estão todos pretos, disse ela. Era verdade, ao fazer palhaçadas na cave tinhamo-nos sujado um pouco. A professora não estava contente, mas o fotógrafo disse que não era grave, tinhamos tempo de nos lavarmos enquanto ele arrumava as caixas e a cadeira para a fotografia.
Com excepção do Ariano, o único que tinha a cara limpa era o Godofredo, porque tinha a cabeça no capacete de marciano, que é parecido com um frasco de boca larga. Está a ver disse o Godofredo à professora, se todos tivessem vindo vestidos como eu, não haveria historias. Vi que a professora tinha muita vontade de puxar as orelhas ao Godofredo, mas o frasco não tinha sitio por onde se pegar.
Este fato de marciano, é um truque incrivel.
Voltamos depois de nos termos lavado e penteado. Estavamos bastante molhados, mas o fotografo disse que não fazia mal, que na fotografia não se via.
Bom disse-nos o fotógrafo, querem agradar à vossa professora? Vá os maiores em cima das caixas, os médios em pé e os pequenos sentados. Teve de nos vir separar porque queriamos ficar todos em cima das caixas.
Aqui só há um grande, sou eu! gritava o Eudes e empurrava os que queriam subir para cima das caixas. Como o Godofredo insistia, o Eudes deu-lhe um murro no frasco e magoou-se muito. Tivemos de ser vários a tirar o frasco ao Godofredo que se tinha entalado.
Instalamo-nos. Cá eu estava sentado no chão ao lado do Alceste. O Alceste é o meu colega que é muito gordo e que passa a vida a comer. Estava a morder numa fatia de pão com doce e o fotógrafo disse-lhe para deixar de comer. A professora gritou mesmo atrás dele, larga essa fatia Alceste. O Alceste ficou tão espantado que deixou cair o pão com doce na camisa. Apanhei-a, disse o Alceste, tentando rapar o doce com o pão. A professora mandou o Alceste para a última fila para que não se visse a nódoa na camisa.
Eudes, disse a professora, dê o lugar ao seu colega.
Não é meu colega, respondeu o Eudes, não ficará com o meu lugar e que se ponha de costas para a fotografia assim não se verá a nódoa nem a sua cara gorda.
A professora zangou-se e deu ao Eudes o castigo de conjugar o verbo: Eu não devo recusar-me a dar o meu lugar a um colega que deixou cair uma fatia de pão com doce na camisa.
O Eudes não disse nada, desceu da caixa e veio até à primeira fila, enquanto o Alceste ia para a última fila. Isso provocou uma certa desordem, sobretudo quando o Eudes passou pelo Alceste e lhe deu um murro no nariz. O Alceste quis dar um pontapé ao Eudes, mas este esquivou-se e foi o Aniano que apanhou com o pé, felizmente no sítio onde não tem óculos. Isso não impediu o Aniano de se pôr a chorar e a berrar que já não via, que ninguém gostava dele e que queria morrer. A professora consolou-o, assoou-o, e voltou a penteá-lo e castigou o Alceste, ele tem de escrever cem vezes: Eu não devo bater num colega que não implica comigo e que usa óculos.
Bem feito disse o Aniano. Então aprofessora também lhe deu umas linhas para escrever. O Aniano ficou de tal maneira espantado que nem sequer chorou.
A professora começou a distribuir os castigos de uma forma bem gira, todos tinhamos montes de linhas para escrever e por fim, a professora disse-nos.
Agora, têm de se resolver a estar quietos. Se forem simpáticos, levantarei todos os castigos. Vá, vão fazer uma pose, fazer um lindo sorriso e o senhor vai-nos tirar uma bela fotografia.
Como não queríamos aborrecer a professora, obedecemos. Todos sorrimos e ficamos em pose.
Mas quanto à recordação para ficar para toda a vida, falhou, porque demos conta que o fotógrafo já lá não estava. Tinha-se ido embora sem dizer nada.

3 comentários:

Américo Ribeiro disse...

Saudações
Então vamos ter e-boock , não tive tempo de ler o texto, não o conheço, mas vou ler e depois comento.
Bom FDS

' Claudjinha disse...

LOOOOOOOOOL

QUE AMOORR DE CRIANÇAS!!

O FOTOGRAFO EH QUE FOI ESPERTO!! AHAHA... isso faz-me lembrar tanto a minha primária ^^

Bj,bom f.d.s.

P.S. - ja decidiste o que vais fazer para os teus anos? =D

Mia disse...

Olá Filhota.
Ainda não decidi nada, na altura vejo e faço o que me der na real vontade...
Conheces esta série de livro do menino Nicolau, são girissimos, dão-nos momentos de boa disposição, e fazem-nos voltar Ao nosso tempo da primária.
um beijinho muito grande para ti minha Linda menina.

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Não Américo, isto é só uma amostra de uma historia do primeiro livro de uma colecção. Mas quem sabe não seria de continuar, pelo menos aqui liam, e ler é essencial. Deviamos ter todos esse bom vício.
Beijinhos
Romi