quinta-feira, abril 26, 2007

Impotência


Sai e observei-a.
Chorava copiosamente.
Do lado de fora tentei entender a razão desse sofrimento, dessa cachoeira de lágrimas que já lhe deformava o rosto.
Fiz uma retrospectiva do dia que já findara, na esperança vã de tomar a redea à situação.
Acordou já tarde, e a noite de sono não tinha resultado.
Sonhos do quotidiano tinham-na assaltado, de tal forma reais que se mantiveram vivos mesmo depois de acordada.
Não seguiu o ritual diário, pois nem olhou a caixa do veneno necessário, que a manteria estável por mais um dia.
Saiu, mas não se sentia feliz.
Havia algo que a agitava, que a fazia sentir estranha.
Só aí se lembrou do anti-depressivo que deveria ter tomado há um bom par de horas.
Deambulou pela rua na busca de uma brisa que lhe apagasse o incendio que sentia no corpo.
Vezes sem conta, a vi segurar-se a algo para não cair.
Num acesso de coragem, consegui fazer com que voltasse para casa.
Mas nada mais pude fazer por ela, senão vê-la no seu canto, isolada do mundo a chorar copiosamente.
Até que por fim adormeceu de cansaço.

6 comentários:

' Claudjinha disse...

Isto aconteceu cntg?

Anónimo disse...

Espero bem que não...
Beijino
Toni.

Mia disse...

Filhota.
Obrigada pela tua preocupação.
è só um texto que me saiu.
Mas tem um lado real, que eu acompanhei bem de perto.
Beijinhos
Mia

Mia disse...

Toni,
Agradeço-te a tua preocupação. Estou optima.
Vê o que escrevi para a Lady.
Jinhos
Mia

Anónimo disse...

dorme dorme... amanhã acordas noutro dia...

mmi

Anónimo disse...

Amiga, um pequeno texto melodramático com muita imaginação.
Um retrato de uma vida, como tantas outras no nosso Mundo materialista e desumano.
Até sempre.
FG