Impotência
Sai e observei-a.
Chorava copiosamente.
Do lado de fora tentei entender a razão desse sofrimento, dessa cachoeira de lágrimas que já lhe deformava o rosto.
Fiz uma retrospectiva do dia que já findara, na esperança vã de tomar a redea à situação.
Acordou já tarde, e a noite de sono não tinha resultado.
Sonhos do quotidiano tinham-na assaltado, de tal forma reais que se mantiveram vivos mesmo depois de acordada.
Não seguiu o ritual diário, pois nem olhou a caixa do veneno necessário, que a manteria estável por mais um dia.
Saiu, mas não se sentia feliz.
Havia algo que a agitava, que a fazia sentir estranha.
Só aí se lembrou do anti-depressivo que deveria ter tomado há um bom par de horas.
Deambulou pela rua na busca de uma brisa que lhe apagasse o incendio que sentia no corpo.
Vezes sem conta, a vi segurar-se a algo para não cair.
Num acesso de coragem, consegui fazer com que voltasse para casa.
Mas nada mais pude fazer por ela, senão vê-la no seu canto, isolada do mundo a chorar copiosamente.
Até que por fim adormeceu de cansaço.
6 comentários:
Isto aconteceu cntg?
Espero bem que não...
Beijino
Toni.
Filhota.
Obrigada pela tua preocupação.
è só um texto que me saiu.
Mas tem um lado real, que eu acompanhei bem de perto.
Beijinhos
Mia
Toni,
Agradeço-te a tua preocupação. Estou optima.
Vê o que escrevi para a Lady.
Jinhos
Mia
dorme dorme... amanhã acordas noutro dia...
mmi
Amiga, um pequeno texto melodramático com muita imaginação.
Um retrato de uma vida, como tantas outras no nosso Mundo materialista e desumano.
Até sempre.
FG
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