segunda-feira, janeiro 22, 2007

Voltar um pouco no tempo


Hoje em arrumações, encontrei dois cadernos que utilizei como diários.
Nessa altura quem falava de computadores pessoais? Eram os cadernos que recolhiam o nosso dia a dia.
Pois eu comecei a escrever o meu diário no dia 14 de Abril de 1975, e terminei no 2º caderno em 6 de Outubro de 1977.
Quanta mudança se opera em nós, na nossa vida, na nossa forma de estar, apesar da essencia, essa nunca mudar.
Consegui regressar a esses momentos que escrevi, e ri-me de tantas atitudes, que eram tão sérias para mim nessa altura e que agora não fazem o minimo de sentido.
Voltei a rever as amizades de adolescente, que de certa forma perdi, pois nossas vidas rumaram mares diferentes.
Engraçado o relato do dia em que deixei de ser virgem, não consigo deixar de rir do que nesse dia escrevi.
E as coisas que comprava, tipo:
"De tarde o meu pai saiu, e eu e a Rosa Maria (mana) e a Guida (mana da mana) fomos comprar pano para a saia de corpo. O pano tem borboletas custou 35$00 o metro".
"Fui comprar uns sapatos, são umas máquinas, são castanhos e custaram 460$00".
Ah ah ah (risadas) tenho desenhado os sapatos, que horriveis que são, ou que eram, mas quem sabe um dia se voltem a usar.
E no dia em que os calcei, ou seja 11 de Maio de 1975:
"Vesti-me, estava mesmo gira, pois a saia ficou amorosa e para mais com estes sapatos tão belos".
E ainda nesse mesmo dia, comprei camarão da costa a 60$00 o kilo. Bons tempos.
Li agora, que no mesmo dia, mas em 1976, o meu pai deu-me 500$00 de prenda de anos. E nesse dia fui ao cinema, ver a Torre do Inferno.
A festa foi só no dia 16 de Maio, pois é o dia de aniversário da minha prima, a Tucas, e festejamos sempre juntas.

Hoje está dificil adormecer, amanha é o dia da operação da Tucas. Queria estar sempre ao lado dela, dar-lhe a força que sempre lhe dei nos momentos dificeis.
Só me resta ter pensamento positivo e aguardar que tudo acabe em bem.
Força Tucas, vais conseguir vencer.

3 comentários:

Anónimo disse...

Cheiro a giz

saias plissadas, sapatinhos de verniz e meias brancas de malha a cobrir perninhas de pele arrepiada. garotas fugidias que riem saltitantes com a mão a esconder a boca. umas com as outras.
protejem-se. e desafiam. um desafio indirecto, nervoso.
quanta promessa. quanta vida se antevê. quanta interrogação e certeza.
uma especialmente notei. olhou pra mim. não era pra mim, era pra um como eu. eu estava noutro lado. olhando raparigas nervosas, alegres saltitantes nas suas saiínhas de xadrez.

passados tantos anos volto a sentir o fremito desse encontro. dos encantos do sonho, ali mesmo á beirinha.
não foi agora, vai ser a seguir.
mudo de passeio a fazer-me despercebido. a ver se a vejo. a ver se me vê. se sorri pra mim, se a roubo ao pai.

se a roubo ao tempo
que agora nos resta

mmi

Anónimo disse...

Deus vai querer que corra tudo bem.
jonhy

' Claudjinha disse...

LOOL.... ai meu deus, adorei este texto. Se fores ao meu blog e leres o texto "Recordações" (fácil de encontrar), verás que se assemelha MUITO a este... e espero por um comentario! =)

Beijinhos