segunda-feira, dezembro 18, 2006

TODOS OS DIAS APRENDEMOS ALGO MAIS


Hoje de tarde apeteceu-me ir cuidar um pouco do meu visual.
Fui ao cabeleireiro.
A Fernanda, que já me atende há um bom tempo, tratou de mim.
Até aqui nada de novo. Eis quando a manicure, uma menina de 22 anos me vem arranjar as mãos.
É uma garota de olhos enormes, castanho escuro. Beleza escondida pela simplicidade que tem.
Não tenho muito por costume ter assunto para falar, pois num cabeleireiro, ou já se tem alguma confiança e se pergunta pela familia, ou então comentam-se fofoquices mundanas, o que não é o meu género.
Não sei como começou, mas dei-me de repente a conversar com essa menina, ou melhor a ouvi-la a contar a própria vida.
Ficou orfã de mãe há7 meses. O pai nem sabe onde ele pára.
Vive sozinha com uma irmã de 20 anos, mas tem por perto a avó e os tios.
A mãe faleceu com um cancro na mama. O que me deu ainda mais vontade de a ouvir, pois vivo um caso identico na minha familia.
Mas mais que tudo o que me fez admira-la foi o lado maternal que ela assumiu com a irmã mais nova.
E dizia-me ela. Sabe nós não damos valor nem razão à nossa mãe, até a perdermos. Achamos que são antiquadas, umas chatas, chegamos a dizer que não gostamos delas por agirem connosco com preocupação. Mas realmente só agora que a perdi, lhe dou toda a razão. Um dia destes a minha irmã foi a um jantar de natal do emprego que arranjou há um mês. Acredita que me fartei de mandar mensagens para o telemovel, a saber se ela estava bem? E não consegui dormir até que ela chegasse?.
Como me comoveu esta miuda. A ela toda a minha admiração.

1 comentário:

Anónimo disse...

É uma pena só dar valor a algo quando o perdemos definitivamente.